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Intercâmbio: experiência inigualável para o aprendizado e para a vida

Ter contato direto com uma nova língua é apenas um dos benefícios de viajar para estudar no exterior

O setor da educação foi duramente atingido pela pandemia causada pelo Covid-19. Os intercâmbios, então, estiveram no olho do furacão. Universidades e escolas interromperam suas atividades em decorrência de políticas nacionais de saúde pública. Além disso, uma das consequências da pandemia foi o fechamento de fronteiras entre países, impossibilitando viagens para fora do Brasil. Em paralelo, o real não parava de desvalorizar em relação às moedas estrangeiras. Resultado: passou a ficar mais caro viajar para estudar em 2020.

O conceito de educação à distância tornou-se a única alternativa em um cenário onde o encontro de alunos e professores em sala de aula não era possível. Estudar um idioma direto na fonte, onde a língua é parte integral da identidade de uma nação, deixou de ser uma opção. No contexto de 2020, classes gravadas e transmitidas online foram uma alternativa para o aprendizado. Mas acredite: a experiência de um intercâmbio é inigualável, e vai muito, muito além de decifrar os mistérios técnicos de uma nova língua.

“A experiência online é totalmente diferente da vivência do intercâmbio. A única parte que o aluno terá acesso é ao aprendizado da língua e, mesmo assim, de forma limitada, já que ele não continuará praticando o idioma fora da sala de aula, como faria se estivesse no país escolhido para estudar”, enfatiza Deise Crepaldi, especialista em educação internacional da agência selo Belta Beeducation. A profissional enumera algumas diferenças fundamentais: “o estudante perde toda a parte cultural, o amadurecimento por estar vivendo sozinho em um país totalmente diferente e a parte turística, que é muito importante”.

Ano após ano, as viagens de estudo focadas no aprendizado de um idioma lideram a lista de programas de intercâmbio mais procurados no Brasil, segundo aponta a Pesquisa de Mercado Selo Belta 2019. Os motivos vão muito além de praticar uma nova língua, algo que, feito de maneira virtual, “acaba sendo muito mais estrutural do que vivencial”, diz Dalila Castro, consultora da agência selo Belta Canadá Intercâmbio. Na visão da especialista, “isso não quer dizer que o aprendizado online não seja benéfico”, mas ele “está longe de oferecer toda a riqueza de aprendizados que só um intercâmbio é capaz de proporcionar”.

Mesmo com todos os perrengues provocados pela pandemia, Cátia Souza não se arrepende da decisão de, no início de 2020, deixar para trás a vida em São Paulo para aprender inglês, um idioma que ela confessa nunca ter estudado antes de embarcar para a Irlanda. “Foi péssimo estar isolada, ainda mais em outro país gastando em euro”, ela relembra em meio aos risos. O período de lockdown forçou a escola onde estudava na cidade de Limerick a fechar as portas. Mesmo com a retomada das aulas presenciais acontecendo apenas no início de dezembro, ela destaca que “em nove meses aqui, eu melhorei bastante no inglês”.

“Estou bem ansiosa para que tudo volte ao normal e eu possa viver realmente o intercâmbio – viajar, ir a restaurantes e pubs, essas coisas simples que não podemos fazer ainda”, ela diz. Cátia, que planeja passar pelo menos mais um ano em território irlandês, torce para ter experiências semelhantes àquelas vividas por Gabriel Costa, que em maio de 2016 passou quatro meses em Vancouver no Canadá e define o período como “incrível”, tanto dentro quanto fora da sala de aula de inglês.

Conhecer pessoas do mundo inteiro (“posso viajar para qualquer lugar do mundo que terei um lugar para ficar”, diz, entusiasmado, o estudante de 21 anos) e transformar-se em uma pessoa mais aventureira (“por mais que Vancouver tenha um ar de cidade grande, a cultura de fazer trilhas, acampar e explorar a natureza é gigantesca”) são apenas alguns dos benefícios de fazer um intercâmbio apontados por Gabriel. Outros, como vivenciar um clima e uma cultura totalmente diferente daqueles que estamos acostumados no Brasil, são lembrados por Ana Paula Almeida, que passou seis meses na cidade canadense entre outubro de 2019 e março de 2020. “A experiência de estar em um lugar desconhecido, com pessoas de vários lugares diferentes é, sem dúvidas, inesquecível e muito boa”.

Quem concorda com essa visão é Elyara Zambom, cuja permanência em Londres durou até março de 2021. Do outro lado do Atlântico, ela passou por poucas e boas durante a pandemia na capital britânica, mas enfatiza o caráter transformador do intercâmbio. “Estar em um lugar com tanta diversidade de culturas é realmente incrível, faz você entender como o mundo é muito diversificado e como suas perspectivas podem ser completamente limitadas. O intercâmbio muda sua visão e abre sua mente, além de ser uma aventura de muito autoconhecimento, que me deixou mais independente e confiante e me ajudou a descobrir uma pessoa nova dentro de mim”, reflete a arquiteta de 27 anos.

Os relatos não surgem como uma surpresa para os especialistas das agências selo Belta, que enfatizam que o aprendizado do idioma, ao contrário de cursos online, é apenas uma das coisas que vem com um intercâmbio. Os benefícios exclusivos de viajar para estudar, mesmo em meio a um cenário incerto em 2021, deixam claro que não há nenhuma experiência capaz de substituir tudo aquilo que o intercâmbio propicia. “Acredito que as pessoas vão dar mais valor para esse tipo de experiência”, pondera Deise, da Beeducation. “O fato de termos sido impedido de viajar, de estudar e de estar com as pessoas deve fazer com que queiramos fazer mais isso enquanto podemos”.  Depois da tempestade, a bonança.

5 motivos do porquê o intercâmbio ser a melhor forma de aprender um idioma

  • Imersão total
  • Prática diária
  • Habituar-se a sotaques diferentes 
  • Contato com vocabulário local e expressões
  • Estímulo constante de todas as capacidades (audição, fala, leitura e escrita)

5 razões do porquê o intercâmbio vai muito além de aprender um idioma

  • Contato direto com uma cultura diferente
  • Conhecer pessoas de todo o mundo
  • Independência ao viver sozinho em um novo ambiente
  • Maturidade para lidar com limitações culturais e linguísticas
  • Visitar monumentos e paisagens únicas 

QUEM VIVEU SABE

Como o intercâmbio auxilia no aprendizado de uma nova língua?
 
“O meu principal aprendizado veio da convivência, do dia a dia na escola, no ir e vir, em qualquer outro lugar. Às vezes, a gente passa umas vergonhas, muitas vezes, na verdade (risos), mas tudo é aprendizado, e depois a vergonha vira satisfação” – Ana Paula Almeida

“Foi essencial, porque tive contato com nativos todos os dias, o que me forçava a falar e a tentar entender o idioma” – Cátia Souza 

“A interação no dia a dia local, a rotina com o inglês e a integração com nativos possibilitou que meu inglês fosse de um nível básico ao avançado em poucos meses” – Gabriel Costa

“Pude perceber como minha compreensão auditiva evoluiu convivendo com a língua, o que fez com que, consequentemente, minha aprendizagem tenha fluído bem” – Elyara Zambon

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