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Geração Perennials: intercâmbio acima dos 40 anos

A essa altura, você já deve estar familiarizado com o termo Millennial. Pode ser que você, inclusive, pertença a essa geração, nascida entre 1980 e 2000, altamente conectada e atenta a todas as novidades de um mundo em transformação constante. Mas, em outra ponta, uma outra forma de ver as pessoas tem feito barulho há algum tempo, contrariando tudo aquilo que você associa à chamada ‘melhor idade’. Os Perennials, como são conhecidos, sabem que uma vida de experiências é a vida que importa, e fazem questão de vivenciar um intercâmbio, independente da idade, que se torna apenas um número.

“Morar no exterior, conhecer pessoas do mundo inteiro, vivenciar uma nova cidade, experimentar um novo estilo de vida sempre foi um sonho, mas, por vezes, ficou em segundo plano em relação ao trabalho e família. Agora, aos 50 anos, essas pessoas decidem resgatar esses sonhos e viver essa experiência”, explica Andrea Arakaki, diretora geral da rede EF – Education First, sobre a ideia que permeia a vida dos Perennials.

É o caso da engenheira civíl e professora universitária Fátima Alves Tostes. Aos 63 anos, ela decidiu embarcar para Roma, onde passou uma semana em 2017. “Sempre foi um sonho meu conhecer a Itália, pois meus avós vieram de lá e, em encontros de família, as conversas são em italiano”, ela diz sobre a motivação que a levou ao país para estudar. “Meus filhos me presentearam com o intercâmbio como uma porta para realizar esse sonho”.

“Temos visto que os Perennials valorizam mais a segurança e a solução completa ao preço, embora este também seja um fator importante”, aponta Arakaki sobre as motivações das pessoas que se recusam a ser rotuladas – e limitadas – pela idade na hora de fechar um intercâmbio de estudos. “Eles estão mais preocupados com a realização desse sonho, de forma segura, e costumam contratar serviços completos, com acomodações mais exclusivas e serviços de voos e transfers, para não terem que se preocupar com nada”.

Ressaltando uma característica dos Perrenials, Fátima conta que “a idade não foi uma questão na hora de tomar a decisão. Muito pelo contrário. Gosto de estar com jovens e a experiência foi muito positiva”. Este, contudo, não é o único caminho disponível. Há quem prefira vivenciar a experiência ao lado de gente da mesma faixa etária e com o mesmo espírito livre. Foi o que fez a empresária paulista Maria Rita Lorenzi.

Ela escolheu Malta como destino de sua viagem de estudos de 3 semanas, e optou por um programa feito especialmente para pessoas na sua faixa etária – acima dos 50 anos. “A relação com os colegas era muito boa, divertíamos muito e trocávamos experiências com pessoas de diversos países e culturas diferentes”, ela destaca, já que visava um intercâmbio “pela necessidade de melhorar a fluência no inglês, além de conhecer uma cultura nova”.

Misturar os estudos com outras experiências é um dos principais motivos que levam os Perrenials ao exterior em um intercâmbio. “A possibilidade de fazer passeios culturais, de interagir com outros intercambistas em um mesmo momento de vida que eles e as experiências no destino, em especial as gastronômicas, são um ponto importante para esse público”, analisa Arakaki. Ainda mais importante é voltar para o Brasil como Fátima. “Foi enriquecedor e uma realização pessoal fazer o intercâmbio. Amei!”.

Perennials?
A autoria do termo, de 2016, é da empreendedora de tecnologia Gina Pell. Nas suas palavras, Perrenials são “pessoas de todas as idades, engajadas, curiosas, que vivem o tempo presente, sabem o que se passa no mundo, estão atualizadas com a tecnologia, têm amigos de todas as idades e não são definidas pela geração de que fazem parte”.

 

 

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